SÃO PAULO - A família de Lucas Neiva, menino de 8 anos que teve a matrícula recusada em uma escola particular de Guarulhos por causa do corte de cabelo black power, participará nesta sexta-feira, 13, de um manifesto na Praça da República, no centro de São Paulo. Ele e outras crianças farão a leitura de um manifesto sobre discriminação racial.
O ato fará parte da comemoração de seis anos da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil. "Em pleno século 21, não se admite acintes desse tipo à dignidade humana, ainda mais quando se trata de uma criança dentro de uma escola. Qual a explicação pedagógica para essa atitude?", diz trecho do manifesto.
O caso. A Polícia Civil abriu inquérito em 5 de dezembro para investigar a escola privada Cidade Jardim Cumbica de Guarulhos por suspeita de racismo contra Lucas. Segundo a denúncia da mãe, Maria Izabel Neiva, a diretoria do colégio havia pedido ao garoto que cortasse o cabelo, de estilo "black power", por ser "cheio, crespo e inadequado".
A diretora do colégio ainda teria sido debochada e preconceituosa na conversa com a mãe sobre o assunto, de acordo com a denúncia. Meses depois, Maria Izabel não foi avisada sobre o período de rematrícula, o que impediu a inscrição do garoto para o próximo ano letivo. Na época, a escola não comentou o assunto.