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Após protestos, Unicamp promete criar 600 vagas na moradia

Com reitoria ocupada, universidade informou que vai comprar terreno para ampliar moradia e vai aumentar número de bolsas

Por Isabela Palhares
Atualização:

SÃO PAULO - Com o prédio da reitoria ocupado há 47 dias por estudantes que reivindicam a adoção de cotas e o reforço na política de permanência estudantil, a Universidade Estadual de Campinas se comprometeu a comprar um terreno para construir um novo prédio com ao menos 600 novas vagas para alunos de baixa renda e ampliar em 10% o número de bolsas de auxílio social. Para o Diretório Central dos Estudantes (DCE) a proposta representa avanços, mas ainda é "insuficiente".

Alunos grevistas chegaram a ocupar a reitoria da Unicamp por 59 dias Foto: Divulgação

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A Unicamp conta atualmente com 832 vagas na moradia estudantil e paga 791 bolsas de auxílio moradia, no valor de R$ 428,76, para suprir a demanda por vagas. A universidade informou que, ainda este ano, irá comprar um terreno próximo ao atual prédio da moradia. O terreno de 34 mil m² terá o valor calculado por peritos do Ministério Público. 

"Os recursos para a aquisição do imóvel serão provenientes das reservas financeiras da universidade", informou em nota. No documento enviado aos estudantes, também se compromete a ampliar em 10% para o próximo ano as bolsas de auxílio social - hoje são 1.450. 

A universidade vive uma grave crise financeira, apenas o pagamento aos funcionários comprometeu mais de 100% de seu orçamento nos cinco primeiros meses deste ano. A reitoria informou que a ampliação de vagas na moradias já estava em andamento desde 2014. 

Karolina Moraes, de 21 anos, representante do DCE e estudante de pedagogia, disse que as vagas na moradia já foram prometidas em outros anos e nunca efetivamente construídas. "Eles só estão prometendo mais uma vez uma coisa que já se comprometeram a fazer e que já deveria estar pronta", disse a estudante.

Ainda segundo ela, os alunos querem que a reitoria se comprometa a não punir nenhum estudante, tanto os que ocupam a reitoria, como os que estão em greve. "Alguns alunos que estão em greve já estão sendo investigados em sindicâncias administrativas", disse ela.

No documento enviado aos alunos, a reitoria informou que se "compromete a não punir qualquer estudante em virtude dos atos associados à ocupação do prédio da reitoria, seja por medidas administrativas ou judiciais, desde que não tenha havido danos de qualquer natureza ao patrimônio público".

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Karolina afirmou que os alunos ainda reivindicam formas mais transparentes para que a Unicamp disponibilize e explique o seu orçamento e gastos. No documento, a universidade informou que cumpre integralmente a Lei Federal de Transparência e que organizará as plataformas para que todos os gastos orçamentários estejam em uma mesma página para facilitar o acesso. 

Os alunos marcaram uma assembleia para a noite desta terça-feira, 28, para discutir os rumos das manifestações.

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