Após ocupações, SP adia começo do ano letivo em duas semanas

Aulas terão início em 15 de fevereiro; calendário de reposição vai depender do total de classes perdidas em cada escola

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Por Redação
Atualização:

Atualizada às 21h22

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SÃO PAULO - A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo adiou em duas semanas, para 15 de fevereiro, o começo do ano letivo por causa das ocupações de escolas contra a reorganização da rede proposta pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB). Até a noite desta sexta-feira, 11, ainda havia 99 colégios tomados por alunos. Segundo a pasta, o encerramento das aulas será normal em 96% das 5,1 mil escolas estaduais e o calendário de reposição em unidades ocupadas será definido em cada diretoria regional de ensino.

Na semana passada, Alckmin anunciou que a reorganização seria suspensa para que houvesse diálogo em 2016. Cerca de 311 mil alunos das escolas afetadas pela proposta – incluindo os das 93 unidades que seriam fechadas – terão a matrícula renovada automaticamente e permanecerão nos mesmos colégios. 

A dona de casa Andrea Arrivabene, de 35 anos, não aprovou o adiamento do início das aulas. O filho dela, Adriano, está no 9.º ano na Escola Estadual Carlos Werneck Lacerda, na zona norte. “Se o governo não tivesse feito essa bagunça (a proposta da reorganização), os alunos não seriam afetados. Todo ano tem algum motivo para os alunos perderem aula”, disse. 

Ocupações. De acordo com a secretaria, a reposição das aulas perdidas nas escolas ocupadas será feita em dezembro e em janeiro, mas não há uma data-limite. O objetivo, afirma a pasta, é ter um calendário complementar, “garantindo a todos os alunos os 200 dias letivos”. 

Neste ano, também houve greve de professores de 92 dias, a maior da história da categoria, o que afetou parte das escolas da rede. A secretaria afirma que, para os alunos afetados pela paralisação, todas as classes já foram repostas em julho.

Das 99 escolas ainda ocupadas, a maioria (53) fica na capital. No auge da mobilização, 196 unidades foram tomadas por estudantes. Os alunos que ainda mantêm unidades ocupadas divergem sobre a continuidade e os rumos da manifestação.

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Depois de um protesto com confronto com a polícia, por causa da presença de black blocs, os estudantes temem “perder o controle” das manifestações com atos grandes e devem dar prioridade para travamentos pontuais em vias importantes, como fizeram antes de Alckmin recuar. 

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