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Após MP do ensino médio, alunos de escolas públicas falam em protestos e ocupação

‘Os alunos nem sequer foram consultados’, diz jovem que participou de ato contra reorganização proposta em SP

Por Luiz Fernando Toledo e Victor Vieira
Atualização:

Estudantes de escola pública e militantes de entidades estudantis já falam em fazer protestos contra as reformas no ensino médio propostas pelo governo federal. Para a estudante do 3.º ano do ensino médio Helen Cristine, de 17 anos, que está na Escola Estadual Dário de Queiroz e participou das ocupações de colégios estaduais em 2015, contra a reorganização propostas pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB), faltou diálogo com os estudantes. “Os alunos, que vão sofrer com isso, nem sequer foram consultados”, disse.

Para ela, o novo modelo causará ainda mais evasão escolar. “A gente sabe que o que querem é ensinar só Exatas e Linguagens. Estão ensinando os estudantes para serem massa de trabalhadores, não pensadores. Eu já não gostava de ficar na escola no período normal. Agora, então, com sete horas e sem Artes nem Educação Física, não vai ter incentivo nenhum para ir à escola. Acredito que novas ondas de ocupações podem acontecer.” 

Medida Provisória foi editada por Temer nesta quinta Foto: EFE/FERNANDO BIZERRA JR

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Para Vanessa Alves, de 17 anos, que está no 3.º ano do ensino médio da Escola Estadual Gavião Peixoto, em Perus, zona norte da capital, o aumento no número de horas sem melhoria no formato das aulas é “suicídio”. “É um absurdo, parece que eles não sabem como é a nossa realidade. A rejeição está sendo muito grande, até maior do que na época que ocupamos as escolas (em 2015).”

Protesto. Estudantes já marcaram o primeiro protesto contra as mudanças no ensino médio. Um evento no Facebook, com o título “ato contra a reforma do ensino médio - São Paulo” já tem 1,6 mil pessoas confirmadas e está marcado para as 18 horas de segunda-feira, no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Também estão previstos atos nacionais no dia 5 do próximo mês, segundo a presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes. “Os estudantes não se sentiram contemplados pela reforma”, afirma ela. 

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