Após falar sobre terra, ex-diretor da USP Leste entrou em comissão

José Jorge Boueri Filho integrou órgão criado pela USP para analisar questões ambientais do câmpus da zona leste da capital

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Por Barbara Ferreira Santos
Atualização:

SÃO PAULO - Cinco dias depois de o ex-diretor da USP Leste José Jorge Boueri Filho ter admitido à Congregação da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) que sabia de uma “parceria” para que o depósito de terras no câmpus fosse feito, em fevereiro de 2011, a reitoria da USP montou uma comissão para analisar as questões ambientais da unidade. Fazia parte da comissão, contudo, o próprio Boueri.

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Apesar de compor a comissão, que tinha como propósito investigar o descarte de terras desconhecidas e a presença de gás metano no terreno, o ex-diretor não comunicou à reitoria nem aos órgãos técnicos da USP que tinha conhecimento do acordo, diz a assessoria de imprensa da reitoria. 

A assessoria informou que a reitoria não sabia, quando montou a comissão, nem do acordo nem mesmo das declarações de Boueri à Congregação. 

A comissão foi montada porque, em janeiro daquele ano, começaram a chegar à reitoria as notícias sobre depósito de terras de origem desconhecida no câmpus, que estariam contaminadas. As denúncias haviam sido feitas ao Ministério Público Estadual (MPE) e, com a intervenção da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), a USP comprovou a veracidade das denúncias e a contaminação. 

Uma sindicância foi instaurada. Boueri foi afastado da direção em setembro de 2013 e, em novembro, a USP abriu um processo administrativo disciplinar contra o ex-diretor. 

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