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Após corte de ponto, USP tem protesto e aulas suspensas

Docentes e servidores da mais importante universidade brasileira estão em greve há 70 dias

Por Victor Vieira
Atualização:

Atualizado às 20h45

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SÃO PAULO - Após o corte de ponto de grevistas e a entrada da Polícia Militar no câmpus para impedir piquetes, funcionários da Universidade de São Paulo (USP) protestaram nesta segunda-feira, 4, contra a postura da reitoria. No primeiro dia do segundo semestre letivo, parte das aulas também foi suspensa.

Desde a manhã, cerca de 200 grevistas fizeram ato na frente do prédio da reitoria, com cartazes e carro de som, e impediram a entrada de funcionários da administração central. O grupo reivindicava a retomada das negociações salariais com o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp). O órgão afirma que só voltará a discutir em setembro o reajuste. O Cruesp justificou o congelamento de salários das categorias, anunciado em maio, com a crise financeira das instituições, que gastam quase toda a receita com a folha de pagamento.

À noite, resolveram acampar no local até a reabertura da negociação. 

Os grevistas impediram a entrada dos funcionários em pelo menos outros cinco prédios. Docentes e servidores cruzaram os braços há 70 dias contra o congelamento de salários. Nesta segunda, grevistas de ao menos cinco unidades tiveram confirmação sobre o corte de ponto pelos dias parados. Alguns tiveram todo o salário descontado.

No Centro de Práticas Esportivas (Cepeusp), o grupo remontou as barracas, desfeitas neste domingo, 3, pela PM em cumprimento de reintegração de posse. A intenção é barrar a Feira de Profissões, que começa no Cepeusp nesta quarta, mas a reitoria já confirmou o evento, que, em 2013, que teve a participação de 58 mil pessoas. 

O restaurante universitário não funcionou. Na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, praticamente não houve aulas no primeiro dia do semestre. Outras unidades, como a Escola de Comunicação e Artes, tiveram apenas parte das classes suspensas. Já na Escola Politécnica, por exemplo, a rotina acadêmica foi normal. A USP diz que a adesão à greve é de 10%, mas os sindicatos estimam participação maior.

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Outras estaduais. Em reunião com servidores e docentes, a reitoria da Universidade Estadual Paulista (Unesp) ofereceu abono de 21% e aumento de 41,6% no vale-refeição para encerrar a greve, mas as categorias ainda não se posicionaram. 

Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os funcionários bloquearam três entradas do câmpus na manhã desta segunda pelo reajuste. Os docentes da Unicamp aceitaram o abono de 21%, mas não houve acordo com os funcionários. 

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