Análise: Organização de estudantes destaca-se pela criatividade

'Importância das ocupações de escolas, do ponto de vista histórico, social e psicológico, ainda não foi completamente analisada'

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Por Maria Stela Graciani
Atualização:
'Os alunos perceberam de forma profunda a força do protagonismo estudantil' Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

As ocupações de escolas estaduais parecem ser um movimento novo e massivo cuja importância - do ponto de vista histórico, social e psicológico - ainda não foi completamente percebida e analisada. No ano passado, quando o movimento se espalhou de forma espontânea por 196 colégios, alunos de Pedagogia do nosso núcleo fizeram uma primeira sistematização de estudos sobre a dinâmica das ocupações, a fim de compreender suas características e visualizar as atividades que os estudantes desenvolviam no interior do espaço escolar ocupado.

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Os resultados do trabalho sugerem que esses movimentos são historicamente relevantes não apenas por seu caráter abrangente, mas pela profundidade dos significados subjacentes à sua organização autônoma, participativa e inovadora. A volta dessa mobilização neste ano aponta que não se trata de um movimento efêmero, um vigor que é coerente com tudo o que observamos.

A organização desses jovens, que são inteligentes, com incrível visão estratégica, destaca-se por uma criatividade que nunca testemunhamos. Um dos aspectos mais importantes observados é que eles se mobilizaram sem a manipulação de adultos, de linhas partidárias nem de lideranças políticas. Pesquisando, buscando referências históricas, os alunos perceberam de forma profunda a força do protagonismo estudantil.

MARIA STELA GRACIANI É COORDENADORA DO NÚCLEO DE TRABALHOS COMUNITÁRIOS DA PUC-SP

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