Alunos do Colégio Christus acham injusto ter de refazer Enem

Colégio distribuiu simulado que tinha 9 questões idênticas às do exame, aplicado no fim de semana

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Por Carmen Pompeu
Atualização:

FORTALEZA - Alunos do Colégio Christus consideram injusta a possibilidade de serem obrigados a refazer o Enem. Há cerca de três semanas, eles receberam um simulado preparado pela escola com 9 questões idênticas às do exame, realizado no fim de semana. O colégio afirma em nota que seu banco de questões pode ter recebido sugestões de alunos que realizaram o pré-teste do Enem, no ano passado.

 

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O MEC garante que não houve vazamento da prova, mas acionou a Polícia Federal para investigar o caso. Dependendo da apuração, 639 alunos do Christus que prestaram o Enem podem ter a prova cancelada e serão obrigados a fazer novo exame nos dias 28 e 29 de novembro, quando o Enem é aplicado a presidiários e internos de unidades socioeducativas. Ainda segundo o MEC, o diretor da escola corre risco de prisão.

 

O suposto vazamento de questões do Enem dominou as conversas na unidade de pré-vestibulares do Christus nesta quarta-feira. Alunos disseram à reportagem que receberam há três semanas os quatro cadernos que continham algumas questões idênticas às do Enem. O material, sem identificação do colégio e sem data, foi entregue por um professor que eles preferiram não identificar. De acordo com os estudantes ouvidos pelo Estado, os cadernos sequer chegaram a ser corrigidos em sala de aula.

 

Os alunos acreditam que a coincidência das questões é fruto da dedicação da escola e dos professores. "São questões abertas e aplicadas de maneira recorrente. Estavam no banco de dados do Enem. Não temos culpa se nossos professores se esforçam mais que o das outras escolas. Não podemos ser punidos por isso", disse a estudante Marinna Sá. "Se o MEC não usa questões inéditas, a gente não tem nada a ver com isso."

 

Para Marinna, não houve má-fé por parte do colégio. "Não foi só de véspera de prova (a entrega da revisão) como estão dizendo nas redes sociais. São questões pré-testadas e a que todo mundo tinha acesso. Nenhum colégio tem o direito de desmerecer o nosso trabalho, o trabalho dos nossos professores."

 

"Acho injusto ter de refazer, mas se essa for a decisão a gente vai fazer e vai ter sucesso do mesmo jeito", disse outra estudante, que pediu para não ser identificada.

 

Os alunos, no entanto, confirmaram que não é comum o colégio distribuir material sem a logomarca. Mas disseram não ter estranhado a iniciativa porque estão habituados a resolver diferentes apostilas ao longo do ano como método de preparação para o Enem.

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