Alunos ‘correm’ pela nota 10

Estudantes da Poli-USP participam de prova com carrinhos autônomos projetados por eles

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Por Juliana Faddul
Atualização:

Projetos fazem parte das disciplinas de Mecânica e Mecatrônica e consistem em veículos capazes de se deslocar sobre solo sem asfalto e que, para vencer a competição, teriam de percorrer 30 m em 30 segundos, podendo pesar até 3 quilos e ter até 40 cm de largura, altura e comprimento

 

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Engana-se quem acha que manusear miniaturas de carros eletrônicos é apenas brincadeira de criança. Para estudantes do terceiro ano de  Engenharia da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) o hobby de alguns virou trabalho bimestral e uma verdadeira corrida pela sofrida  nota 10. Sob a orientação dos professores Marcelo Alves, de 39 anos, de Engenharia Mecânica, e Nicola Getschko, de 51,  de Engenharia Mecatrônica, cerca de 50 alunos e 30 carrinhos se reuniram na manhã do sábado, 4, ao lado do prédio da Engenharia, para disputar uma prova com esses  protótipos em miniatura, capazes de se deslocar sem ‘motorista’.

 

 

Aqui, cada carrinho foi produzido por uma equipe de seis universitários, que disputavam as provas dois a dois. “O projeto engloba todas as  etapas usadas pelos engenheiros”, relata Getschko. Os alunos tiveram cerca de três meses para concretizar o veículo, desde a criação e execução até a  corrida.

 

Eles tinham que projetar e construir um protótipo de um carro autônomo, capaz de se deslocar em solo sem asfalto e percorrer 30 metros em 30 segundos. Peso – até três quilos – e tamanho – até 40 centímetros de largura, altura e comprimento – eram outras especificações, mas que não foram empecilhos para a criatividade.

 

O grupo de Diego Colares e André Chantre, ambos de 21 anos, construiu com R$ 400 um Caveirão (o veículo blindado utilizado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro). “Iríamos fazer um veículo de guerra. Mas resolvemos homenagear os policiais que estão ocupando o Morro do Alemão e o filme Tropa de Elite  2”, conta Diego.

 

O grupo que construiu o carro Teimoso

 

Outro carro que chamava atenção era o Teimoso. Construído com R$ 150 em regime de vaquinha pelos alunos Sérgio Miragaia, de 21 anos, Juliano Barboza, de 20, Carlos Massati, de 20, Thiago Castellar, de 22, Gunter Aguiar, de 21, e Gabriel Silva, de 21, foi uma das revelações. O projeto tinha até bússola digital. Nas primeiras voltas, Teimoso apresentou o melhor desempenho na disputa, mas terminou em segundo no ranking, perdendo para o carrinho Ricardão. “Na final ocorreu um comparativo interessante. Um grupo usou uma tecnologia simples, porém eficaz, e o outro optou por algo mais tecnológico. Um embate entre o simples e o sofisticado”, diz Getschko. Mas a nota 10 ficou apenas para os quatro primeiros colocados no geral. Os demais terão de esperar a  avaliação dos professores.

 

PROTÓTIPOS

 

Como funcionam?

 

Todos os carrinhos precisavam  funcionar com energia elétrica e serem autoguiados. Alguns utilizaram uma bússola digital para orientação. O dispositivo auxiliava o carrinho a ultrapassar as quatro linhas do trajeto.

 

Por que os alunos fizeram os carrinhos?

 

Os alunos montaram as miniaturas de  carrinhos como parte da disciplina de Projetos de Máquinas, da Escola Politécnica da USP. Eles tinham de construir para colocar em prática o que aprenderam  na sala de aula. Os quatro primeiros colocados ficaram com nota 10 de média.

 

O que esses protótipos demonstram?

 

Os projetos mostram até onde os aperfeiçoamentos técnicos chegam. É a mesma tecnologia usada nos carros que cruzam os desertos e que, no futuro, poderá ser usada nas estradas. Por exemplo, para que as pessoas possam se locomover em um veículo sem motorista.

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