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Além da graduação: faculdades oferecem de opções de extensão até o mestrado

Instituições de ensino superior já formatam alternativas para o aluno atrelar sua formação a outros cursos de interesse

Por Ocimara Balmant
Atualização:

SÃO PAULO - Há menos de cinco anos, quando Eduardo Palma decidiu estudar Administração na Fundação Getulio Vargas (FGV), o jovem, à época com 18 anos, nem imaginava que emendaria a graduação com o mestrado profissional. “Pensava que faria um mestrado bem mais frente, lá pelos 30 anos, e apenas caso eu decidisse ser professor”, lembra. No decorrer do curso, no entanto, percebeu que alongar os estudos poderia ser vantajoso. Recebeu o diploma da graduação em julho de 2016 e, em agosto, já fazia as primeiras aulas da pós. Quando defender a dissertação, em 2018, terá 25 anos de idade e o título de mestre para botar no currículo.

Na faculdade, Eduardo Palma percebeu que conseguiria uma posição melhor no mercado se emendasse um mestrado Foto: Hélvio Romero/Estadão

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“Quando comecei o curso, não imaginava, mas percebi que só com a graduação não seria fácil conseguir uma posição efetiva. Além disso, com o mestrado, já consigo entrar em uma função melhor. Se for em Consultoria, por exemplo, já começo como analista 2.” A escolha de Eduardo mostra que, mesmo que o estudante não tenha a pós-graduação em mente ao escolher a primeira formação em nível superior, as instituições de ensino superior já vislumbram essa possibilidade e formatam opções para que seu aluno possa atrelar sua formação a outros cursos de interesse, o que inclui desde opções de extensão até o mestrado.

No caso da FGV, a instituição oferece dois cursos com foco no recém-formado: o Master in Business in Management (MBM), para jovens profissionais com até três anos de formados e que buscam formação empresarial, e o Mestrado Profissional em Gestão Internacional(MPGI), o cursos escolhido por Eduardo. Realizado parte no Brasil e parte no exterior, ele resulta em dupla titulação.

“A gente apresenta essa possibilidade ao aluno na primeira semana de aula da graduação, mas percebemos que ele toma a decisão ao longo do curso ou mesmo depois da formatura”, diz o vice-diretor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP), Tales Andreassi. “O comum é que as pessoas queiram terminar a graduação e trabalhar. Mas, aos poucos, elas começam a ver que vale a pena ficar mais um ano e meio e ser competitivo internacionalmente.”

Sem repetir o conteúdo. Uma vez que o aluno decide ficar, o desafio das instituições passa a ser criar programas que de fato agreguem à formação acadêmica e não repitam conteúdos, já que os professores costumam ser os mesmos. Isso significa examinar currículo, bibliografia e prova e ponderar o momento profissional do aluno.

“Mesmo que você tenha um tema recorrente, ele tem aprofundamento e perspectivas distintas. É diferente falar de Marketing para um menino de 18 anos e para outro que já entende melhor a dinâmica dos negócios”, explica Luiz Fernando Garcia, diretor-geral da graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

A abordagem, afirma Garcia, deve partir do compromisso da instituição de acompanhar a dinâmica do mercado de trabalho e entender qual é o perfil buscado. “No fundo, sabemos que, pensando na lógica de mercado e em dinâmicas sociais impactadas pela tecnologia, é preciso a aprendizagem contínua de Economia, de Negócios e de Comportamento, mesmo que a essência não tenha mudado.”

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Possibilidades para o futuro

Extensão: são cursos extracurriculares que o acadêmico faz para ampliar seu conhecimento sobre determinado assunto, sem delimitação de carga horária. Em algumas instituições, eles são chamados de cursos livres

Aperfeiçoamento: esse tipo de curso aborda campos específicos da atividade profissional e conferem certificado. Costuma ser mais longo do que os cursos de extensão.

Pós-graduação: são os cursos lato sensu (especialização e MBA) e stricto sensu (mestrado e doutorado). Os lato têm de ter carga horária mínima de 360 horas.

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