A largada foi dada para o vestibular

Calibrar bem o ritmo de estudos é a chave para o sucesso dos vestibulandos

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Por Carolina Stanisci
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Sabe injeção de ânimo? Se existisse, o vestibulando que não passou em nada com certeza estaria na fila para tomar. Encarar um ano de cursinho pela frente sabendo que muitos de seus colegas estão comemorando aprovações em vestibulares dá uma sensação amarga de derrota. Se o seu nome não constar nem da lista de espera de nenhum processo seletivo, o desânimo é total.  Mais: Acompanhe no Blog as novidades dos vestibulares Para começar o ano focado nos estudos e motivado, o Estadão.edu preparou, com a ajuda de coordenadores dos cursinhos Anglo, Etapa, COC e Objetivo, um planejamento com dicas mês a mês para quem vai tentar o vestibular em 2011 – pela primeira ou quinta vez.  Mês a mês: "O cara que estudou e não conseguiu está desanimado. Mas o aluno não tem que se sentir fracassado, porque a concorrência é grande", diz Fábio Rendelucci, coordenador do cursinho COC em São Paulo. Para Rendelucci, o aluno tem que novamente ganhar ritmo de estudo. Para isso, precisa se motivar e se organizar. "A organização é a mãe do vestibular", afirma a coordenadora do cursinho Objetivo Vera Antunes. Ter uma agenda e planejar desde março como será o restante do ano é o primeiro passo para o sucesso.  Para Vera, antes de começar seu planejamento, o aluno deve fazer uma autoavaliação honesta: saber por que não passou, onde falhou e como foi seu desempenho em relação a outros estudantes. "Não dá para jogar a sujeira debaixo do tapete."  A partir desse diagnóstico, o estudante pode traçar metas. O ritmo de estudos deve ser estabelecido logo em março. Se o aluno se matricular em um cursinho, é importante rever todo o conteúdo dado em sala de aula no mesmo dia.  Se teve aula de geografia na segunda-feira pela manhã, é importante fazer exercícios da disciplina no mesmo dia. "A fixação da matéria no mesmo dia é melhor", concorda Rendelucci. Um obstáculo difícil de ser contornado por quem já fez cursinho antes é ser humilde. Por já conhecer o conteúdo dado em sala de aula, a tentação é cabular ou não fazer exercícios em casa. "Tem que assistir a todas as aulas como se fosse da primeira vez", diz Alberto Francisco do Nascimento, coordenador do Anglo. "Precisa ser guerreiro. Quem já fez cursinho um ano todo precisa levantar a moral", aconselha Nascimento.  "O reinício é muito chato. O aluno começa a estudar e vai aprender coisas como o verbo to be. Ele já sabe, e isso é como um tapa na cara. Tem que ter paciência e ir atrás das deficiências", endossa Edmilson Motta, coordenador do cursinho e colégio Etapa. Horas por dia "Alguns momentos são frustrantes. Você já sabe o que o professor vai falar", diz Natalia de Castro, de 20 anos, que deseja uma vaga em Medicina em uma universidade pública. Natalia já conseguiu uma vaga em Enfermagem na Unifesp, mas prefere Medicina. Está indo para o terceiro ano de cursinho. "O bom é que já sei como o professor vai explicar as coisas e posso me adiantar na matéria", conclui ela, que passou o mês de fevereiro na expectativa de passar em algum vestibular – sem sucesso. "Medicina é minha vocação, vou continuar tentando." Já para Lucas Moucachen, de 18 anos, o mundo do vestibular é novidade. Recém-formado no ensino médio, ele prestou Direito na Fuvest sem esperança de passar. "Não tinha estudado muito." Matriculado no Anglo, Moucachen já sabe quantas horas pretende estudar por dia fora da sala de aula: "Uma ou no máximo duas".  Não é consenso entre os coordenadores quantas horas os alunos devem estudar por dia. Para a professora Vera Antunes, são necessárias seis horas por dia. Para Rendelucci, varia. "Tem gente que em meia hora aprende mais que o outro em seis horas."  Do jeito que for, o importante, segundo todos os coordenadores, é manter o ritmo, sem distrações, intensificando o número de exercícios feitos quanto mais próximo estiverem os exames. "Estudar é hábito que a maioria das pessoas não têm. Para o vestibular, têm que criar", afirma Rendelucci.  A família não fica fora, pelo contrário, ajuda bastante nessa empreitada. "O pai tem que ser amigo e não ficar falando coisas como 'eu, na sua idade, já tinha dois empregos'", afirma Nascimento, do Anglo .

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