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Processos de aquisição e de aprendizagem de língua estrangeira

A aprendizagem de uma língua estrangeira é um investimento para a vida toda. É um processo complexo, que demanda tempo e dedicação para que seja bem-sucedido, e deve ocorrer de maneira semelhante à aquisição da língua materna.

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Por Colégio Vital Brazil
Atualização:

É importante entender melhor os termos 'aquisição' e 'aprendizagem', que são conceitos diferentes. Stephen Krashen (1997) faz uma distinção relevante entre 'assimilação natural' e 'estudo formal'. A 'Aquisição de Linguagem' (Language Acquisition) ocorre em situações comunicativas no mundo real, por meio da assimilação natural de vocabulário e estruturas linguísticas pelo aprendiz. Já a 'Aprendizagem' (Learning) ocorre por meio do estudo formal, normalmente em sala de aula.

 Foto: Estadão

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A língua materna é assimilada primeiramente de forma natural. Somente a partir dos seis ou sete anos de idade a pessoa inicia o seu processo de aprendizagem formal na escola.

Todo falante é fluente na sua língua materna porque a utiliza com propriedade, de forma até inconsciente, sendo capaz de perceber e de produzir recursos estilísticos mais complexos, como a metáfora e a ironia, mesmo sem ter tido uma educação formal. Ser fluente quer dizer usar a língua com naturalidade, sem fazer esforço, interagindo com o interlocutor por meio dela de forma espontânea, a fim de comunicar de maneira eficiente o que se deseja.

Se pararmos para refletir sobre o assunto, perceberemos que a condição de ser falante nativo não é suficiente para que se tenha plena fluência na utilização da língua materna. É possível que o falante nativo seja fluente para ouvir e falar, mas não seja capaz de ler e escrever, pelo fato de não ter sido exposto a uma educação formal, por exemplo.

Segundo Krashen (1997), assimilar uma língua estrangeira pressupõe o desenvolvimento das quatro habilidades comunicativas - compreensão auditiva, expressão oral, leitura e escrita - em situações reais de comunicação, fruto de convívio humano em ambientes autênticos aos da cultura estrangeira. Por isso, o objetivo dos cursos de imersão é promover a exposição dos aprendizes à língua-alvo em contextos sociais onde eles possam fazer a assimilação natural do idioma.

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Por outro lado, para ser plenamente fluente em uma língua estrangeira, em algum momento também é preciso estudá-la formalmente, como fazemos com a nossa língua materna. No Brasil, a necessidade de aprender um idioma estrangeiro está ligada à construção de uma identidade cidadã (BRASIL, 1998), ideia inspirada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996), que institui a obrigatoriedade de uma língua estrangeira nas grades curriculares a partir do 5º ano do Ensino Fundamental.

No Colégio Vital Brazil, a língua inglesa está presente em todos os segmentos, do Pré I à 3ª série do Ensino Médio, com um programa apropriado à faixa etária e ao nível de conhecimento dos alunos. As aulas são ministradas predominantemente em inglês, visando à assimilação natural do vocabulário e das estruturas contempladas nos planos de ensino e nos materiais didáticos das diferentes séries escolares.

 Foto: Estadão

Na Educação Infantil e no Ensino Fundamental I, há três aulas regulares semanais, ministradas em ambiente lúdico, acolhedor e sociointeracionista, além de uma aula de imersão semanal, criada em torno de projetos interdisciplinares.

A partir do 6º ano do Ensino Fundamental, depois de submetidos a uma avaliação diagnóstica (placement test), os alunos são alocados em turmas conforme o seu nível de conhecimento linguístico. Desse momento em diante, há maior sistematização dos conteúdos, que passam a ser aprendidos de forma mais consciente e autônoma.

Há muita atividade cognitiva no desenvolvimento das habilidades comunicativas em todas as etapas do processo de aprendizagem de língua estrangeira. Por volta dos 11 anos de idade, os alunos tornam-se mais capazes de compreender, analisar e produzir estruturas linguísticas mais complexas, fazer inferências e elaborar suas próprias teorias sobre elas, comparar elementos da língua aprendida com os da materna, à medida que ampliam seu repertório e aprimoram seu desempenho linguístico. Por isso, apenas a partir dessa fase é oportuno que o professor aborde, de maneira progressiva, diferentes aspectos sobre o funcionamento da língua, como o estudo de tipologia textual e de estratégias de leitura.

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 Foto: Estadão

Vale ressaltar que em todas as etapas desse processo de aprendizagem, os conteúdos das aulas de Inglês são trabalhados de forma contextualizada, por meio da Abordagem Comunicativa, com o auxílio de músicas, vídeos, rodas de conversa, contação de histórias, atividades variadas de leitura, jogos, dramatizações e apresentações orais, além das aulas expositivas. O principal objetivo é contribuir para que os alunos potencializem suas condições de se tornarem fluentes ou proficientes em Inglês.

A propósito, a pessoa proficiente é aquela plenamente capaz de se comunicar e de se expressar com fluidez e de forma mais sofisticada do que a pessoa considerada fluente.

Atualmente as pessoas interessadas em se posicionar melhor no mercado de trabalho precisam ter uma formação acadêmica consistente. Para tanto, é essencial que sejam não apenas fluentes, mas proficientes em sua língua materna e em um ou mais idiomas estrangeiros.

 Foto: Estadão

Ser fluente ou proficiente em Inglês, idioma mais estudado no mundo como língua estrangeira (por cerca de 1,5 bilhão de pessoas, conforme quadro acima), também confere à pessoa uma sensação de realização pessoal, ao permitir que ela aproveite melhor os momentos de lazer ao navegar pela internet, ler textos na fonte, assistir a filmes e ouvir músicas sem precisar de legendas ou tradução, desfrutar de viagens internacionais e interagir melhor em diversos contextos sociais.

Elaine Aaltonen

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Coordenadora do Departamento de Língua Inglesa.

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