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O caminho da Inovação na Educação

"A inovação das escolas e dos professores é uma autêntica aventura, uma viagem apaixonante marcada de dificuldades, paradoxos e contradições, mas também de possibilidades e satisfações". Essa citação de Jaume Carbonell em "A aventura de inovar: a mudança na escola" inspira-nos a pensar se nossas práticas de ensino estão acompanhando a velocidade das informações altamente atrativas que os alunos recebem em ambientes diferentes ao da escola.

Por Colégio Vital Brazil
Atualização:

Aventurar-se no caminho da inovação é entender que a adaptação às novas necessidades e anseios dos alunos se faz primordial e deve estar presente no dia a dia das práticas pedagógicas. Nenhum conteúdo trabalhado em sala com o uso de estratégias obsoletas será mais interessante do que as informações disponíveis nos meios externos à realidade escolar. Cabe então à escola e aos professores ficarem atentos à progressiva mudança que está acontecendo nos meios de acesso aos diversos temas e assuntos a serem desenvolvidos.

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"Cabe à escola organizar um movimento global de renovação cultural, aproveitando-se de toda essa riqueza de informações, e tornar-se um centro de inovação", cita Moacir Gadotti em um dos seus artigos relacionados ao tema. É preciso apropriar-se das ferramentas e metodologias voltadas à inovação na educação, e elas precisam orientar a direção a ser seguida. Uma vez que isso acontece, a aprendizagem adquire significado para o aluno. A partir dessa descoberta, ele não se interessará mais por modelos de ensino que não lhe transmitam sentido real. Por isso, dá até para arriscar dizer que esse é um caminho sem volta.

A trajetória na busca da inovação será marcada de dificuldades, dúvidas e contradições, pois a tendência é sempre de resistir ao novo ou de não encontrar tempo disponível para inovar ou, ainda, de achar que não é preciso alterar o que vem "dando certo" há muito tempo. No entanto, devemos dar a devida importância aos avanços tecnológicos e às novas metodologias como aliados do processo de ensino-aprendizagem.

Metodologias inovadoras como gameficação, design thinking, sala de aula invertida, aprendizagem móvel, PBL (aprendizagem baseada em problemas), cultura maker, entre outras, estão entre as mais promissoras para serem implantadas nas escolas, com reflexo nas práticas de ensino. Como parte desse processo, é necessário pensar na capacitação da equipe docente para garantir avanços significativos. Além da capacitação proporcionada pela instituição, é importante que o professor seja protagonista de seu desenvolvimento profissional, pois as mudanças continuarão acontecendo e as necessidades também são dinâmicas.

 Foto: Estadão

Compartilhando a experiência vivida com minha equipe de professores de Ensino Fundamental II, verifiquei que alguns identificaram, logo na primeira reunião de capacitação, uma aplicação imediata em suas práticas de ensino, prospectando um avanço no processo de aprendizagem, com significado para os temas expostos em sala de aula. A professora de Ciências, por exemplo, fez uma aula utilizando a metodologia da gameficação para explicar o conceito de evolução e percebeu que o nível de atenção foi muito alto e a participação aconteceu na totalidade. "Os alunos se concentraram e aproveitaram muito o jogo, fixando os conteúdos que foram trabalhados, resultando em um avanço importante na aprendizagem", pontuou a professora.

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Em outra citação, Gadotti afirma que "na sociedade da informação, a escola deve servir de bússola para navegar nesse mar do conhecimento, superando a visão utilitarista de só oferecer informações 'úteis' para a competitividade, para obter resultados". Pode-se perceber que os resultados são muito importantes para alunos, famílias e escola, mas devem estar sempre atrelados aos avanços de acesso à informação com recursos tecnológicos e estratégias mais interessantes do que as abordagens que davam certo em modelos de aula praticados em outras épocas.

A busca por resultados nas diferentes etapas da vida acadêmica, seja na evolução da aprendizagem ou nos processos seletivos futuros, continuará sendo fator importante e a meta de qualquer instituição. A forma como se pode atingi-los é que vai diferenciar uma escola inovadora de uma que tem raízes fortes em metodologias que fogem do contexto atual da sociedade.

Pensando em metodologias mais inovadoras, vale citar situações em que o professor convida o aluno a fazer experimentos a partir de um problema concreto, tendo como referências os conteúdos trabalhados em sala. A curiosidade e as descobertas nesse processo são marcas importantes para uma aprendizagem mais estimuladora.

 Foto: Estadão

É possível também aproveitar o uso de tecnologia móvel para acessar conteúdos, jogos, simulações e aplicativos de verificação de aprendizagem, aproximando os estudantes de informações que vão além do livro e da sala de aula. Estimular o aluno a fazer um levantamento prévio de um tema a ser abordado por meio de consulta a materiais disponibilizados pelo professor para que em sala exponha o que compreendeu, tire dúvidas e compartilhe com os colegas faz da "aula invertida" uma forma inovadora de desenvolvimento da aprendizagem do aluno, tornando-o protagonista no processo.

Outro exemplo é quando o aluno põe a "mão na massa" em uma aula prática, criando modelos que possam ser testados. Eles exercitam, assim, habilidades importantes para o desenvolvimento de trabalhos e projetos inovadores, resultando em profissionais mais criativos, muito procurados pelas grandes empresas que trabalham com desenvolvimento de produtos e processos.

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Quando o aluno participa efetivamente das atividades propostas, não tendo um papel meramente secundário e de ouvinte pleno, o significado do que está sendo estudado fica mais evidente. Na educação, sempre será importante seguir o caminho da inovação. Aventure-se!

Roberto Leal

Coordenador Pedagógico do Ensino Fundamental II.

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