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Construindo convicções a partir de possibilidades -- Visitas às universidades

A aprendizagem é um fenômeno, ou um processo, ou uma prática, ou uma necessidade... A própria multiplicidade de abordagens desse conceito amplia as possibilidades de que ocorra continuamente, tanto em espaços controlados para sua realização, como a escola, mas especialmente na concretude do cotidiano.

Por elvira
Atualização:

Muito se conversa, nos ambientes de aprendizagem, sobre a dicotomia entre informação e conhecimento, tamanha a facilidade de acesso à primeira neste mundo de interação tecnológica, o que poderia satisfazer curiosidades e demandas dos jovens e inibir a busca pelo segundo.

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É nesse universo de conceitos em transformação e fluidos que os nossos jovens precisam realizar escolhas que nortearão os próximos passos de suas vidas para, através de suas escolhas profissionais, referenciarem sua ética. Por isso, a atenção a esse momento de escolha, humanizando as relações entre o sujeito e a informação, em busca de conhecimento significativo, é tão necessária. Quando feita de forma prazerosa e interativa, é ainda melhor.

Edgar Morin na obra "Amor, Poesia, Sabedoria" (2005) afirma que "nosso cotidiano vive sempre em busca de sentido. Mas o sentido não é originário, não provém da exterioridade de nossos seres. Emerge da participação, da fraternização." As visitas ou a participação em eventos promovidos pelas universidades são espaços, ou tempos, privilegiados!

Na Feira de profissões promovida pela USP, a exposição das diferentes realidades do mercado de trabalho sobre cada área de atuação apresentada, promoveu uma tempestade de ideias capaz de aguçar as percepções e ampliar os horizontes. Foto: Estadão

Entre os dia 20 de agosto, data da visita à USP, e o dia 10 de setembro, data da visita ao evento "Unicamp de Portas Abertas (UPA 2016)" as construções pessoais dos diferentes alunos do segundo ano do Ensino Médio ganharam corpo, asas, preparando-os para a transferência da observação para a operação, ressignificando suas certezas e construindo novos conceitos.

A abordagem participativa proposta pela Unicamp na UPA, em diferentes áreas do conhecimento, possibilitou a vivência do ambiente universitário e a experimentação da interface entre o desenvolvimento acadêmico e a atuação profissional, considerando a relevância social de cada curso, de cada profissão.

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A Engenharia ambiental é uma área em expansão e associa conhecimentos multidisciplinares para dinamizar de forma sustentável as interações produtivas e sociais entre o homem e o espaço, conforme nos conta Amanda Passos, também, aluna do 2º ano do Ensino Médio. Relata que a visita agregou valores pelo fascínio de ter observado pesquisas de ponta em desenvolvimento, tal como a análise microscópica da sobrevivência de alguns organismos que determinam a pureza da água, ou mesmo a relevância e os aspectos sociais dos processos de análise de impacto ambiental para realização de grandes obras.

Ao envolverem-se nas atividades os alunos retornam à escola dotados de conhecimentos poderosos e novas referências. Não há a preocupação com a construção de certezas. Ainda mais porque o ambiente acadêmico e científico mostra-se em constante evolução e representa uma concepção de mundo em que, novamente referenciada por Edgar Morin (2005), o controle científico compreende apenas um pequeno conjunto da complexidade universal, e, a cada vez que são feitas novas descobertas, ao invés de selar uma verdade, cria novas ondas de possibilidades.

É por meio dessas possibilidades que os jovens, através do conhecimento, referenciam suas escolhas e constroem convicções.

Referências: MORIN, Edgar. Amor, Poesia, Sabedoria. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.

Cláudia Tommasini, Orientadora educacional e Júlio Farias, Coordenador pedagógico do Ensino Médio

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