Dia desses percebi que em muitos blocos aqui do IQ professores montam as sua árvores e as colocam em pôsteres no corredor para mostrar os seus ex-alunos. Pode parecer um pouco de esnobismo, mas eu vejo isso como uma demonstração de carinho e reconhecimento aos seus ex-alunos. O que me deixa com muita vontade de orientar bem os alunos que eu venha a ter, para que eles sempre tenham orgulho de lembrar quem foi o seu orientador.
Eu acho que essas relações são a parte afetiva da ciência, permitindo um relaxamento das necessidades do método científico e faz com que dentro dos laboratórios possamos trabalhar em conjunto, nos ajudando e prezando pelo seu "irmão". Nos bons laboratórios os alunos têm orgulho do seu orientador e dos seus colegas, tornando o ambiente confortável e extremamente convidativo para se trabalhar!
Como vocês já devem ter percebido, eu sou encantado pela ciência e pelo mundo científico, mas não pensem que exagero nas descrições e colocações. Existem laboratórios que não correspondem a essa descrição, mas se se depararem com um desses fujam! Alguns desses podem até publicar bem, mas não te mostraram a essência colaborativa e genial da ciência que é você reconhecer o próximo e trabalhar com ele.
Por isso, hoje deixo uma dica para os futuros pós-graduandos: procurem saber o clima do laboratório antes de entrar nele. Se o clima de competição for muito acirrado entre os alunos, posso assegurar que você poderá achar um lugar melhor para passar os seus anos de mestrado ou doutorado. Procure a família certa para se juntar, pois assim como uma família de verdade o laboratório em que você se formar terá grande importância para o seu currículo e sua percepção da comunidade científica.
Bruno Queliconi é doutorando no Instituto de Química da USP