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A universidade e a vizinhança

Sim, aqui nos EUA as aulas começam em agosto ou setembro. A semana passada foi a semana dos bichos. Os calouros conheceram a universidade, o câmpus e os dormitórios. Também fizeram trabalhos comunitários e tiveram festas de recepção das fraternidades e das ligas esportivas.

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Por Redação
Atualização:

Sempre achei que seria muito diferente do que ocorre na USP, mas a recepção dos alunos é bem similar. O DCE-USP tem feito um bom trabalho trazendo os alunos para fazer trabalhos sociais e integrá-los melhor à comunidade onde a universidade se encontra.

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Mas uma coisa que vejo aqui e pouco na USP: a universidade tenta se esforçar para se integrar à sociedade. A Universidade de Rochester se separa de um bairro meio pobre pelo principal rio de Rochester, o Genese River. Nos últimos anos a reitoria construiu um ponte de pedestres integrando o câmpus ao bairro e a um um conjunto de dormitório para estudantes.

Isso está criando mais repúblicas do outro lado do rio, e melhorando muito a vida dos moradores aos revitalizar e melhorar as interações na vizinhança. Agora a universidade está adaptando uma casa (a umas duas quadras da ponte para o câmpus) bem perto de onde estou vivendo, e toda a vizinhança ajuda em parte na construção ou com ideias. Acho isso um ótimo exemplo. Para a universidade é bom que os seus arredores sejam bons, e para a vizinhança é bom que haja investimentos.

Na USP, a vizinhança se resume a um bairro de classe média baixa (similar a esse onde estou) e uma favela, a São Remo. Agora a universidade sofre pela falta de espaço para construir moradias e prédios, usar os arredores e conversar com as pessoas da região para fazer uma colaboração que talvez traga benefícios para todos. Sei que será mais difícil principalmente pelo fato de a USP estar localizada em uma região com uma densidade populacional bem maior, mas eu gostaria de ver um esforço nesse sentido na USP também.

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Bruno Queliconi é doutorando no Instituto de Química da USP

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