Programas de extensão existem em todas as unidades e são uma atividade importante dos institutos de pesquisa. A extensão é feita de diversas maneiras, apresentando a pesquisa para alunos do ensino médio, mantendo museus, oferecendo cursos a comunidade (externa e idosos) e cursos de atualização para professores do ensino médio.
Aqui no IQ os recursos disponíveis para programas de extensão são poucos quando comparado aos projetos aprovados para pesquisa. Esse fato mostra o enfoque que o governo e a USP tem quando destinam a verba. No Brasil, somado ao pouco investimento temos um baixo interesse da população nesses temas, o que acaba apiando a política de não-investimento (já que não existe interesse).
Nós temos alguns professores que trabalham com softwares de ensino e produziram livros nacionais para a graduação (os softwares são livres, e os livros mais baratos que semelhantes de autoria internacional). Existem também cursos para alunos da graduação e pós voltados para aprofundar os conhecimentos em bioquímica e química e uso de equipamentos de ponta. Existem palestras semanais sobre assuntos diversos feitas por professores convidados (tanto brasileiros quanto extrangeiros) e em algumas épocas são feitos eventos especiais que contam com a presença de palestrantes ilustres, como alguns ganhadores do Prêmio Nobel.
Por último, existem eventos voltados para o ensino médio, como o Química em Ação (grupo que ensina química em escolas públicas misturando experimentos e teatro) e programas de apresentação do IQ como o IQ Portas Abertas.
Todos esses programas são gratuitos e divulgados no site do IQ, alguns no site da USP. Por último, gostaria de resaltar que a maior parte da pesquisa feita no mundo é chamada de ciência básica, ou seja, sem pretensões de aplicação. E uma parte usa esse conhecimento gerado pela ciência básica para produzir equipamentos ou aplicá-los como remédios ou outras funções, e uma não vive sem a outra.
Portanto, por mais que todo pesquisador deva à sociedade (já que é financiado por ela) todos devem entender a importância de cada parte da ciência, e que a pesquisa não serve, somente, para resolver problemas - mas muitas vezes serve para criar conhecimento, puro e simples.
Bruno Queliconi é doutorando no Instituto de Química da USP