Roberto Lobo 27 de dezembro de 2013
Os docentes da USP foram o setor decisivo na nova eleição, dando clara demonstração ao escolher o Prof. Marco Antonio Zago e seu currículo, que a universidade de São Paulo fez a opção pela excelência acadêmica e pela meritocracia.
O novo reitor enfrentará importantes desafios que exigirão uma liderança ativa que deve, antes de tudo, convencer e buscar adesões para compatibilizar, no curto prazo, o orçamento da USP e suas múltiplas demandas.
O próprio processo eleitoral provou que ainda é preciso buscar uma definição clara e norteadora sobre a real missão da USP enquanto instituição universitária líder da América Latina, pois equilibrar tamanho e qualidade para atender às necessidades de formação superior e desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil com uma trajetória crescente de reconhecimento internacional não é tarefa simples, nem são demandas sempre compatíveis.
A USP tem uma missão acadêmica e não pode responder a todas as expectativas da sociedade já que para isso existe todo o sistema de educação superior estadual, federal e privado, assim como é difícil compatibilizar a política da meritocracia com uma inclusão que signifique atrair, para a nossa USP, os talentos potenciais independentemente de sua origem. Será cada vez mais importante aliar os bons indicadores quantitativos de formação superior e produção científica e tecnológica que a USP possui com indicadores qualitativos per capita comparáveis às melhores universidades do mundo, um desafio bastante complexo e que exigirá a revisão e ampliação do próprio processo de internacionalização da USP e uma maior preocupação com a inovação, aspecto fundamental para o desenvolvimento do País.
Para isso, sabemos que não é possível deixar de lado os aspectos mais profissionais da gestão, que incluem avaliação e planejamento reais e com consequências concretas, baseados em indicadores e incentivos de referência internos e externos, com embasamento científico, para melhor utilização dos recursos existentes.