"Ao contrário das edições anteriores, este ano o Enem teve um perfil mais objetivo e menos interpretativo, o que reforça a tendência de validar o exame como um vestibular, no sentido de averiguar os conteúdos de forma mais objetiva e aprofundada, aliando aos acontecimentos cotidianos", avaliou o professor de biologia, Constantino Carnelos. Na disciplina, o professor destacou as temáticas trabalhadas, que alternavam temas de saúde, meio ambiente e curiosidades.
A objetividade do exame também foi destaca nas áreas de química e física. Segundo o professor Alessandro Nery, de química, a prova tinha questões "muito próximas aos vestibulares tradicionais." Para ele, a prova tinha questões de cálculo junto com questões de interpretação de conceitos de química aliados a fenomênos. "Foi uma prova trabalhosa, que exigia muita concentração dos alunos, tinha que ler e relacionar com os conceitos trabalhados em sala de aula", afirmou.
Na área de Ciências Humanas, a prova seguiu essa tendência. Na opinião de Egberto Rodrigues, professor de história, o Enem perdeu seu caráter de avaliação do ensino. "Com com o processo de evolução, tende a ser uma prova de seleção e perde um pouco o sentido de averiguar os conhecimentos do aluno do ensino médio."
Nas questões da disciplina, o professor destacou que houve imprecisão e preciosismo em algumas questões, embora o nível geral das perguntas seja classificado como mediano. "Os estudantes tinham que identificar em uma foto que um casal de afrodescendentes não eram mais escravos pois estavam com sapatos. Isso é um detalhe que prejudica a obtenção da resposta por parte do aluno", afirmou.
O meio ambiente foi uma temática utilizada em diversas provas, como destacou Tom Carvalho, professor de geografia. Segundo ele, somente na sua disciplina, 14 das 22 questões continham alguma relação com a sustentabilidade. "As questões ligavam os aspectos físicos e geográficos com a vertente ambiental, com foco nas atualidades mas dentro do conhecimento esperado dos alunos", disse.