Para Blair educação é prioridade para o desenvolvimento

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WERTHER SANTANA/AE 

Por Felipe Mortara

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Muitos convidados e poucos alunos lotaram o auditório da Universidade Anhembi Morumbi na manhã desta terça-feira para escutar a palestra do ex-primeiro ministro britânico Tony Blair. Segundo ele "nenhum país terá sucesso ao acompanhar as mudanças rápidas e as inovações tecnológicas se não tiver a educação no topo de suas prioridades".

Blair apontou a educação como único caminho para transformar inovação em desenvolvimento. "A educação hoje tem que ser para a vida e para todos. É fundamental que cada indivíduo tenha oportunidades de estudar desde a pré-escola até depois da faculdade", afirmou para convidados como a ex-candidata à presidência Marina Silva, o secretário municipal de educação Alexandre Schneider e o senador Eduardo Suplicy.

O ex-aliado de George W. Bush reconheceu que os desafios que o Brasil tem diante de si são maiores nesta área, mas acredita que a reforma educacional que comandou na Inglaterra pode feita por aqui também. "A origem dos alunos não pode servir de desculpas para que ele não aprenda. É possível ter boas escolas em bairros ruins e o fundamental é replicar as lições dessas escolas que tiveram sucesso ao ensinar seus alunos para o resto da rede.", acrescentou ele, que adotou o lema tolerância zero para fracassos na escola.

Um dos poucos estudantes presentes era Clinton Consul, de 16 anos, que além do nome inspirado em um famoso aliado de Blair, também concordou em diversos pontos com o ex-premiê. "Achei tudo bem conciso e arquitetado. Ele justificou as opiniões com as próprias ações. Mostrou que a mudança é difícil, mas possível", acredita. Já Ricardo Quintela, aluno de administração, discorda. Para ele, "Blair fez um discurso com conteúdo superficial e se baseando demais nos países de primeiro mundo". "Seria tão fácil falar de desenvolvimento educacional se a estrutura fosse tão boa quanto à britânica", alfineta.

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Por sua vez, Marina Silva, que defende o aumento do repasse para a educação de 5% para 7% do PIB (Produto Interno Bruto), concordou que os problemas da área não dependem apenas do aumento de recursos. "Não é questão apenas de dinheiro, mas, também, de como formar o professor. Como fazer com que a profissionalização seja uma formação sem limitar para outras oportunidades? É exatamente como o ministro falou", disse Marina.

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