FEA-USP ganhará catracas contra a vontade dos alunos

* Por Carlos Lordelo, do Estadão.edu

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SÃO PAULO - A Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP terá catracas nas entradas do prédio, na Cidade Universitária, zona oeste. Em plebiscito, alunos rejeitaram a proposta, mas professores e funcionários votaram pela instalação das barreiras. Como cada categoria tinha o mesmo peso na consulta, por 2 a 1, ficou decidido que o acesso à faculdade será limitado a quem tiver crachá de identificação.

O resultado oficial do plebiscito foi publicado na noite desta sexta-feira, 1.º de junho, no site da FEA. Cerca de 79% dos alunos votaram contra as catracas, enquanto 76% dos professores votaram a favor dos equipamentos. Já os servidores, por pequena maioria (53%), também decidiram pela colocação das catracas.

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O projeto de instalação das roletas ganhou força depois que um estudante de 24 anos foi assassinado no estacionamento da unidade, em maio do ano passado. Por restringir o acesso a um prédio público, a medida dividiu opiniões, motivo pelo qual foi realizado o plebiscito.

O Centro Acadêmico Visconde de Cairu, da FEA, que solicitou a votação, posicionou-se contra as catracas. A diretoria da entidade está reunida agora à noite para refletir sobre o resultado do plebiscito e, até a manhã deste sábado, deverá divulgar algum comunicado.

Em texto divulgado pelo grêmio antes da votação, os estudantes afirmaram que "mecanismos de controle de acesso têm como consequência o isolamento de áreas públicas e o possível cerceamento de ações espontâneas da comunidade acadêmica". O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP tem a mesma opinião.

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Segundo o professor Reinaldo Guerreiro, diretor da FEA, a ideia era discutida desde fevereiro de 2011, quando foi criada a comissão de segurança da unidade. Ao Jornal da Tarde, ele negou, ontem, que as catracas visam a barrar pessoas na porta.

"Se não soubermos quem está no prédio, não adianta ter câmeras (são 250 na FEA). O conceito não é impedir ninguém de entrar, mas fazer as pessoas se identificarem", explicou. Segundo ele, a ideia é que alunos, professores e funcionários da USP com crachá passem automaticamente pelas barreiras. Já os não alunos terão de informar seus dados a recepcionistas.

 

* Atualizada e corrigida à 0h10

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