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Blog dos Colégios

Orientação Educacional em tempo de Copa do Mundo

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Por Cris Marangon
Atualização:

Orientadora Educacional do Colégio Sidarta aproveita a febre dos álbuns de figurinhas da Copa do Mundo para trabalhar as questões socioemocionais e os valores éticos

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por Camila Niemeyer*

O álbum de figurinhas da Copa é uma febre em todo o país e, claro, tomou conta dos recreios e intervalos de muitas as escolas. Sempre há um grupinho de alunos reunidos fazendo suas trocas ou batendo figurinhas (jogo do bafo). No entanto, nem sempre esses momentos são de alegrias. Por vezes, eles acabam na sala da Orientação Educacional, pois alguém se sentiu injustiçado ou prejudicado, não está sabendo seguir regras ou, ainda, não está lidando bem com a frustração de perder.

Seria fundamental que as escolas conseguirem enxergar nesse momento pré-Copa do Mundo a chance de tratar de muitos assuntos, como o desenvolvimento de regras, valores e princípios, além da gestão à frustração, à cooperação, às questões sociais e emocionais.

Quantas oportunidades para desenvolver a moralidade e a convivência ética na escola são possíveis nesse cenário? Que tipo de reflexão e aprendizado pode ser estimulado com essas situações? Quantas sensações podem ser identificadas e sentidas? Quantas estratégias são possíveis de serem planejadas para aprender a lidar com esses sentimentos?

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Quando um aluno acha uma ou algumas figurinhas perdidas no pátio da escola e precisa escolher devolver, quais valores e regras estão envolvidos? O que fazer quando, ao jogar bafo, um dos alunos não segue combinados estabelecidos e os colegas não aceitam a trapaça? E se um estudante não sabe lidar com a frustração ao não conseguir a figurinha brilhante tão rara e desejada? Os que deixam de lanchar ou almoçar para trocar ou bater figurinhas também precisam aprender a lidar com a compulsão e saber que cada coisa tem o seu tempo.

Saber se colocar no lugar do outro, ajudar um colega a conseguir completar seu álbum, fazer o álbum da turma com as figurinhas repetidas são boas opções para trabalhar o respeito mútuo e é por meio da cooperação que se desenvolve a moralidade.

As escolas que não sabem lidar e não olham para os conflitos como uma oportunidade de aprendizado e ampliação de repertório para os alunos acerca de suas relações preferirão proibir ou não se envolver nas cofusões geradas pelas figurinhas. Mas, dessa maneira, estarão jogando fora uma excelente oportunidade de tratar dessas questões usando um assunto de interesse de crianças e adolescentes e cheio de situações concretas que fazem muito sentido para eles, além de ampliar a reflexão sobre esses dilemas.

Proibir não resolve. A melhor solução é unir o útil ao agradável e aproveitar esse momento para trabalhar valores morais com os alunos. Deixar as regras claras desde o início fará uma grande diferença. Pedir que os alunos definam as regras, aprovem-nas em assembleias e passem nas salas explicando o que pode e o que não pode - os horários, os locais, os combinados em relação às trocas e como funciona o jogo de bafo.

Assim, todos poderão se divertir e, ao mesmo tempo, aprender a lidar com as relações e os sentimentos, além de treinar a escolha em situações contextualizadas que envolvem a ética e possibilitam a reflexão sobre a moral. Então, vamos trocar figurinhas?

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*Camila Niemeyer é orientadora educacional do Colégio Sidarta

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