Existem medos que são normais - muitas vezes, provocados em algum processo de aprendizagem, como aprender a andar de bicicleta. Vencido o obstáculo, é comum desaparecer. A ansiedade passa a ser um problema quando impede a criança de realizar tarefas simples, como dormir, brincar e até ir à escola.
Segundo Dra. Karina Weinmann, neuropediatra e cofundadora da NeuroKinder, existe o transtorno da ansiedade da separação, que é uma reação anormal a separação dos pais, familiares ou cuidadores. "A separação pode ser real ou imaginária. Entretanto, há um impacto importante nas atividades diárias, assim como no desenvolvimento cognitivo e social. Normalmente, o pico ocorre entre os sete e nove anos de idade", diz.
A especialista explica que a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) é atualmente o tratamento com mais evidências de eficácia para tratar os transtornos da ansiedade na infância em curto e longo prazos.
A rotina corrida, agenda cheia, soluções em "um clique" e muito acesso à tecnologia e a tudo que é rápido são fatores que potencializam a ansiedade e afastam as crianças de adquirir uma qualidade importante: a paciência. Portanto, mudar alguns hábitos também é importante.
A equipe pedagógica do Colégio Novo Tempo recomenda ensinar a vivenciar o tédio, descansar o cérebro, aprender a esperar. Como? Explicando a necessidade de esperar, ensinando brincadeiras antigas e lúdicas, por exemplo.
Como lidar com a ansiedade na infância
- não rotule seu filho
- observe se algum comportamento seu gera ansiedade nele. A sua ansiedade pode influenciar
- até mesmo os bebês ficam ansiosos ou entediados. É importante ajudar a criança a nomear o que sente. Veja qual é o sentimento e ajude-a a vencer
- elogie as pequenas realizações. O reconhecimento dos pais traz segurança
- tenha rotina, mas saiba abrir mão. Se algo não saiu como o esperado e você ficar ansioso, seu filho sentirá e é provável que replique
- não proteja muito e ajude a criança a enfrentar as situações que geram ansiedade