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Retornos: novidades, surpresas, sustos e precauções

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Por Colégio FAAP
Atualização:
Prof. Vailati: "Novidades são sempre assustadoras. Apoiar nossos filhos para enfrentá-las não é, jamais, facilitar atalhos para fugas..." Foto: Estadão

O fugaz sentimento de alívio dos pais que o fim das férias pode trazer, seguramente, será rapidamente anulado pelas incertezas do recomeçar das aulas que, em qualquer situação, sempre traz novidades.

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Mesmo que o aluno permaneça na mesma escola, uma nova série implica num conjunto de variáveis que podem gerar situações inusitadas e, às vezes, comprometedoras da vida escolar se os educadores (pais, professores e pedagogos) não estiverem atentos, agirem com prontidão e muito critério.

É comum que os pais sintam uma perigosa segurança quando seus filhos continuam na mesma escola. Mesmo que as turmas sejam mantidas em sua maioria, mesmo que o conjunto dos professores tenha pequenas alterações, ainda assim, a rapidez das mudanças próprias da infância e da adolescência, criando imprevisibilidade, geram escolas novas nas antigas.

Quando tudo é novo, a atenção das famílias é, naturalmente, mais alerta, o que pode implicar em exageros pelo excesso de zelo muito antes de diagnósticos mais efetivos.

Em qualquer dos casos, um conjunto de pequenas atitudes é essencial para que essa efêmera, mas delicada fase da vida escolar seja superada sem traumas e com ganhos de crescimento do educando.

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O primeiro passo é não apoiar, de imediato, qualquer sinal de susto ou incômodo que o aluno manifeste ante o novo. Novidades são sempre assustadoras. Apoiar nossos filhos para enfrentá-las não é, jamais, facilitar atalhos para fugas, é encorajá-los para encará-las, é ajudá-los a se instrumentalizar para a nova jornada.

Quando a adaptação se mostra mais espinhosa que o esperado, bem antes que se crie uma situação de confronto insuperável, as famílias devem procurar a escola para que se faça um diagnóstico mais profundo e calmo das dificuldades. Quaisquer decisões isoladas serão, seguramente, equivocadas e os maiores prejudicados serão, sempre, os educandos.

Nada é mais desalentador, no início do ano letivo, do que assistirmos transferências por inadaptação sem que se tenha buscado a inserção adequada do aluno na nova cultura. Tal inserção é, sempre, uma carpintaria muito sutil que demanda a ação conjunta de todos os envolvidos, sem mimos paternalísticos, mas levando em conta a exacerbada sensibilidade dos jovens.

Tão perniciosa quanto o protecionismo doentio de certos pais em relação às suas crias é a insensibilidade para pequenas mazelas que, ridículas para os adultos, assumem feições apavorantes para crianças e jovens e que não podem ser desconsideradas.

 

 Professor Henrique Vailati Neto é diretor do Colégio FAAP - SP. Formado em História e Pedagogia, com mestrado em Administração. É professor universitário nas disciplinas de Sociologia e Ciência Política. Tem quatro filhos e quatro netos.

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Troque ideia com o professor: col.diretoria@faap.br

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