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Blog dos Colégios

Escola nova, antigas dúvidas

Escolher uma nova escola para os filhos é tarefa tão importante quanto difícil e arriscada: uma escolha equivocada, mais do que eventuais fracassos escolares, pode representar traumas e desencantos na tão difícil tarefa de educar nestes tempos de complexidade.

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Por Colégio FAAP
Atualização:

O transe se aprofunda quando a mudança se dá na passagem para o Ensino Médio: a perspectiva da escolha da carreira e do desafio do vestibular aproxima as famílias das previsíveis ameaças de um mercado de trabalho altamente competitivo, criando imagens de um futuro ameaçado.

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Alguns pontos essenciais devem ser considerados para minimizar as naturais dificuldades de crianças e jovens de se adaptarem a novas culturas: como a novidade sempre gera alguma dose de desconforto, não deve permitir que esse rito de passagem leve a deserções prematuras e que, normalmente, criam uma sequência desastrosa de erros que podem desaguar em fracassos educacionais irreparáveis.

O êxito ou fracasso de uma mudança escolar dependem, em essência, da maior coincidência possível dos valores e objetivos entreescola e família.

Mesmo que o principal objetivo a se buscar seja o sucesso nos vestibulares, há que se lembrar que "máquinas de reproduzir conteúdos" não, necessariamente, ensinam a pensar; jamais podemos perder de vista que, ainda que adolescentes, os mesmos ainda estão em fase de formação e, portanto, os valores morais e éticos que permeiam a cultura do colégio devem ser condizentes àqueles da família, e que o processo de aprendizagem só acontece numa cultura de cordialidade que possa aproximar o jovem, o máximo possível, do prazer de aprender.

Para que a família perceba se a cultura da escola se harmoniza com seus anseios, visitas em momentos em que a escola esteja ativa são essenciais: um projeto pedagógico coerente deve perpassar por todas as células de uma instituição; desde a portaria, transitando pelos corredores e salas de aula e chegando à direção, tudo deve estar alinhado; dissonâncias entre o que a escola propõe formalmente e a realidade do "chão de aula" podem revelar desajustes na gestão e escolhas enganosas de uma realidade não percebida.

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É comum e recomendável que as famílias consultem aquelas cujos filhos estejam na instituição pretendida e que tenham, da mesma forma, perfis semelhantes: é causa corriqueira de equívocos, na mudança de escola, a "reação de grupo", quando um estudante influencia outros o que, pelo já mencionado temor do desconhecido, leva a decisões equivocadas.

Fatores como preço e proximidade geográfica devem ser considerados com muito critério uma vez que, priorizados na escolha, podem levar a erros de custos muito mais elevados: menos do que o fracasso escolar, o desencanto no enfrentamento de um novo ambiente escolar pode ser o desencadeador de processos psicológicos traumáticos de difícil reversibilidade.

No caso de a mudança dizer respeito ao ensino fundamental, os riscos, a complexidade e a sutileza das variáveis a serem consideradas aumentam significativamente e, dependendo da fase etária da criança, podem assumir proporções vitais para a vida futura do estudante.

Professor Henrique Vailati Neto é diretor do Colégio FAAP - SP.Formado em História e Pedagogia, com mestrado em Administração. É professor universitário nas disciplinas de Sociologia e Ciência Política. Tem quatro filhos e quatro netos.

Troque ideia com o professor: col.diretoria@faap.br

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