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Blog dos Colégios

A violência nas escolas: um mal evitável

A imagem de uma professora sangrando nas redes sociais pela agressão de um aluno provocou uma maré de apocalípticos prognósticos.

Por Colégio FAAP
Atualização:

Ante tudo o que a mídia divulga de explosões das mais insanas formas de violência, as escolas ainda podem, comparativamente, ser consideradas oásis de pacificação. Daí, talvez, a perplexidade quando fatos fogem desse clima desconectado do mundo exterior.

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Evidentemente, os mais antigos, que sempre idealizam um passado que nunca existiu, dirão, "no meu tempo isso era inadmissível". Ao historiador cabe a obrigação inelutável de contextualizar fatos no seu todo cultural e lembrar que sempre tivemos confrontos e atritos no espaço escolar como projeções sempre reduzidas da realidade exterior. Considerados os rígidos limites estreitos da antiga disciplina, a maior solidez dos valores morais, o distanciamento e o formalismo das relações entre professores, dirigentes e alunos, os desvios talvez fossem, comparativamente, quase tão graves quanto aos que hoje constatamos.

Por outro lado, não há comparação entre a população escolar de hoje e aquela diminuta elite que podia frequentar o ensino em todos os seus níveis o que, evidentemente, relativiza muito a amostragem.

Quando temos fatos discrepantes de agressividade dentro das escolas, seguramente, encontraremos a confluência de falhas no processo pedagógico. Em qualquer escola, minimamente organizada, desde o ingresso do aluno, indicadores de eventuais atitudes anormais, assim que detectados, serão cuidadas ou, no extremo, remeterão a tratamento especializado.

É estranhável que um jovem, com antecedentes de violência, não tivesse tratamento diferenciado. Foi, certamente, um descuido indesculpável a falta de preparo da professora e da direção na abordagem da indisciplina de um aluno que, por tudo o que foi noticiado, exigia atenção diferenciada.

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Mesmo quando informações essenciais do perfil do aluno são subtraídas pela família, o fluxo de informações entre o corpo docente e o serviço de orientação educacional, em curto espaço de convivência se constata desvios de conduta. No ensino de massa onde o aluno é, tão somente, mais um, é que tais desvios são mais prováveis.

O ingrediente essencial para que uma instituição de ensino possa cumprir sua missão é a criação e manutenção de uma cultura de cordialidade que permite o florescer do processo de aprendizagem, a inexistência desse clima gera potenciais de tensão que, a qualquer momento, explodem em manifestações de violência, em maior ou menor intensidade na razão direta do rigor dos mecanismos de controle e da carência de vias de comunicação.

Sem a menor sombra de dúvidas, uma atmosfera cordial que perpasse todos os segmentos de uma escola, é o único antídoto que anula a violência em seu nascedouro pela criação de uma cultura cidadã.

Professor Henrique Vailati Neto é diretor do Colégio FAAP - SP. Formado em História e Pedagogia, com mestrado em Administração. É professor universitário nas disciplinas de Sociologia e Ciência Política. Tem quatro filhos e quatro netos.

Troque ideia com o professor: col.diretoria@faap.br

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