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Aedes Aegypti na mira da curiosidade das crianças

Por meio das aulas de biologia e da criação de quadrinhos, vários aspectos da vida do mosquito transmissor da dengue foram trabalhados com os alunos do Ensino Fundamental

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Por Renato Andrade
Atualização:

Aedes Aegypti - As várias doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti têm alarmado o país ultimamente. Se para os adultos o assunto já causa confusão por causa de alguns termos, como tratar esse tema tão importante, e ao mesmo tempo tão complexo, com as crianças na escola? Aqui no Colégio Elvira Brandão, a professora do Ensino Fundamental, Marisa Trevilato, criou uma série de dinâmicas multidisciplinares para levar esse conteúdo aos pequenos estudantes do 3º ano fazendo com que eles aprendessem não só formas de combate aos focos de proliferação do mosquito como assimilassem conhecimento de uma maneira divertida e por consequência mais natural. E tudo começou com uma simples abordagem sobre a água.

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A educadora, que usa o método de resgate do pré-conhecimento e vivência dos próprios estudantes para construir a aula, iniciou sua primeira conversa com a classe perguntando às crianças o que sabiam sobre a água. Foi então que um dos alunos mencionou que o mosquito Aedes coloca seus ovos na água parada. Foi aí o pontapé para dar andamento na temática e, paralelamente, desenvolver outras questões relacionadas à ciência, como biologia animal.

Com o tema Aedes, alunos criam história em quadrinhos Foto: Estadão

Para as próximas aula, ela pediu aos alunos que pesquisassem sobre o mosquito, incentivando novamente a aplicação de um conhecimento por eles mesmos adquiridos ou previamente sabidos. Com os resultados em mãos, todos foram à Biblioteca e lá fizeram uma roda de bate-papo falando o que cada um tinha descoberto. "Nesse momento, eles conseguiram contemplar além de biologia, geografia e história ao falar da origem do mosquito e sua chegada ao Brasil", comenta a professora Marisa. Mais tarde, foi hora de aprender brincando, eles se dedicaram à criação de uma história em quadrinhos em que o protagonista era o Aedes, dessa forma, a partir do estímulo da criatividade, trabalhou-se também a narratividade.

Como muitas perguntas ainda estavam surgindo daquelas pequenas mentes curiosas, a educadora decidiu que o próximo passo seria uma atividade de imersão na vida do mosquito por meio de uma abordagem inovadora: o ensino híbrido. Nesse método, os alunos são divididos em grupos de atividades e vão trocando de tarefa depois de um determinado tempo, em uma das etapas dessa proposta, necessariamente, é preciso fazer uso de uma tecnologia digital, como celular ou tablet. Para esse trabalho foram feitas 4 mesas de trabalho: o jogo metamórfico com objetivo de analisar outros animais que também passam pelo mesmo processo de transformação que o mosquito; mesa de resposta ao questionário com ajuda do aplicativo Fora Dengue; elaboração de um jogo da memória para fixar os conceitos e ainda a construção de um Caça-Mosquito com peças de Lego.

Ensino híbrido - alunos observam animais com desenvolvimento semelhante ao do mosquito Foto: Estadão

Na aula seguinte foi o momento de transformar todas essas informações em alerta. Para isso, as crianças foram incentivadas a escrever uma carta a um amigo da sala aconselhando o que ele e a família poderia fazer para combater possíveis criadouros do mosquito, como evitar o acúmulo de água em vasos de planta e ralos.

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Cartinhas prontas para serem enviadas ao Correio Foto: Estadão

Construindo esse processo gradativo de conhecimento ao longo de várias aulas, a educadora planejou concluir o tema com uma dinâmica de expressão verbal visando encorajar as crianças a se apresentarem. "Acredito que os adultos têm muita vergonha em falar em público. Pensando nisso, quis desenvolver nessa atividade também a questão da oralidade levando os alunos a falarem sobre o que pesquisaram a outros estudantes do Colégio. Com isso eles trabalham não só a fala, transmitindo seu conhecimento, mas também fixam melhor o que aprenderam", orgulha-se a professora.

Assim, por meio das mais diferentes atividades em torno de um único foco, as crianças puderam transitar por diversas matérias como biologia, geografia, história, português e atualidades. E com a professora no papel de mediadora, as crianças puderam se posicionar no centro do processo de aprendizado.

 

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