PUBLICIDADE

Por Colégio Bandeirantes
Atualização:

Por Hubert Alquéres e Mauro de Salles Aguiar

 

No início de fevereiro as aulas voltaram em todas as escolas do Brasil.

PUBLICIDADE

Nos centros de excelência, como é o caso do Bandeirantes, seus gestores passaram os últimos meses investindo em planejamento, reformas, adquirindo novos materiais ou reunindo professores e coordenadores para preparar bem o ano letivo.

Não se trata apenas de uma boa rotina repetida ao longo dos anos.

Em 2017, o planejamento assumiu dimensão maior, face às profundas mudanças que vêm acontecendo na educação em todo o planeta. A sala de aula tal qual é concebida até agora, não será a mesma num horizonte próximo. E as formas de aquisição do conhecimento serão cada vez mais investigadas, avaliadas e valorizadas. Entre as habilidades e competências pretendidas para os nossos estudantes estão autonomia, organização, respeito, colaboração, método científico, comunicação, espírito crítico e de liderança. Cada vez menos a memória enciclopédica ou a decoreba serão parâmetros diferenciadores, isso vai se deslocar cada vez mais para as máquinas, computadores, aplicativos e programas de internet.

Publicidade

A grande missão da educação hoje é formar cidadãos e profissionais do século vinte um, com elevado senso ético, valores, princípios e grande capacidade de diálogo. É isso que exige o moderno mercado de trabalho, é isso que a sociedade quer de suas escolas.

Iniciamos essa jornada.

No Bandeirantes barreiras estão sendo derrubadas. Em 2017 não haverá mais a separação por áreas de conhecimento, as tradicionais turmas de exatas, humanas ou biológicas. Nem salas de aula montadas com alunos de mesmo desempenho acadêmico. Integrar, compartilhar conhecimento e valorizar a diversidade de pensamentos tem sido a proposta do Colégio, sempre com critérios rigorosamente meritocráticos.

Inauguração do Studio 268 Foto: Estadão

Também não haverá a divisão rígida por disciplina: no 1.o e no 2.o ano do Ensino Médio as aulas de laboratório de física, química, biologia e artes acontecerão em um mesmo espaço, com professores de diversas áreas interagindo simultaneamente. A palavra-chave é interdisciplinaridade. Todo um andar do prédio da escola foi redesenhado para receber esta dinâmica. Trata-se agora de um espaço muito mais interativo, onde a troca de conhecimentos, valores e experiências é potencializada e o encontro entre o mundo digital e o físico se torna evidente.

Aula de STEAM Foto: Estadão

O ambiente representa um avanço do projeto STEAM que teve início em 2016 para os alunos do 1º ano do ensino médio e onde o conteúdo obrigatório de ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática perpassa por aulas práticas. Nele, o Colégio trabalha com projetos e propõe desafios bimestrais para serem solucionados pelos alunos. Este ano o STEAM foi ampliado para o 2º ano e em 2018 estará nos três anos. São duas aulas semanais de 100 minutos cada, para que os alunos tenham tempo suficiente para reflexão e experimentação que depois também são complementadas por aulas teóricas.

Publicidade

Outra área da escola foi adaptada para trabalhar a produção de textos com os alunos. Escrever bem é um desafio fascinante e cada vez mais vital no mundo de hoje.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

A disciplina Oficina de Mídias, integrada à área de Língua Portuguesa, começou a ser ministrada no ano passado no 1.o ano do Ensino Médio, foi ampliada para o 2.o ano a partir de 2017 e agora envolve cerca de 1.000 alunos. No curso os alunos desenvolvem, de maneira autônoma e criativa, produtos para diferentes plataformas. Neste ano, eles farão vídeos, campanha comunitária para redes sociais, lambe-lambes, entre outros. Além de encontros em sala de aula, há Oficinas de Criatividade fora do horário de aula, em que os alunos têm a oportunidade de aprofundar o repertório e desenvolver habilidades textuais, com exercícios de escrita criativa relacionados ao produto que estão desenvolvendo em cada bimestre. Cada vez mais ambientes escolares têm apostado no interesse dos alunos por estes canais para melhorar não somente o aprendizado, mas também as relações dentro da sala de aula. A Oficina de Mídias explora o fato de que, se os olhos imersos na tela do computador ou celular significam que o aluno descobriu uma nova maneira de se comunicar com a escola e de aprender, então é sinal de que o ambiente pedagógico encontrou uma alternativa contemporânea para engajar o jovem e utilizar a tecnologia a seu favor.

O Band Debate vai continuar promovendo discussões aprofundadas sobre diversos aspectos da sociedade e cada vez com maior protagonismo dos alunos.

Aula de CPG Foto: Estadão

As atividades do CPG vão investir cada vez mais na capacitação dos alunos para lidarem com as questões da convivência cotidiana, o que inclui temas como sexualidade, machismo, bullying, drogas e tantos outros no âmbito do comportamento.

As novidades também se espraiam para 2018, quando será adotado um "currículo escolar flexível" (como propõe a Reforma do Ensino Médio proposta pelo governo federal) com vistas a permitir ao aluno a seleção de algumas disciplinas, chamadas eletivas, nas quais queira se aprofundar, conforme sua vocação.

Publicidade

Departamento de Orientação Internacional Foto: Estadão

O Bandeirantes também vai intensificar seu pioneiro processo de internacionalização. Além de incentivar a participação de professores e coordenadores em diversos eventos educacionais ao redor do planeta, somos uma das poucas instituições brasileiras que fazem parte do College Board o que nos credencia como centro de aplicação do SAT (Scholastic Assessment Test) e do ACT (American College Testing). Isso dá oportunidade para que nossos alunos possam continuar seus estudos no exterior, em instituições universitárias de excelência, se assim for o seu desejo. Hoje, 15% dos alunos do 3.o ano do ensino médio do Bandeirantes aplicam para universidades internacionais.

Tudo isso para modernizar o processo educacional e dar mais poder à ênfase que tradicionalmente o Colégio concentra nos conteúdos que são alicerces indispensáveis ao contínuo desenvolvimento acadêmico dos nossos alunos.

Neste caminho deste vertiginoso não somos um caso isolado. As boas instituições do ensino privado brasileiras trilham na mesma direção, pois a escola que não se reinventar desaparecerá do mercado ou será irrelevante.

As mudanças chegam também ao ensino fundamental. Os centros de excelência se dedicam cada vez mais ao desenvolvimento dos aspectos não cognitivos dos alunos, nas habilidades socioemocionais, no incentivo à capacidade de liderança, na relação entre o todo e as partes, na pesquisa com espírito crítico e capacidade analítica. Queremos desenvolver esses aspectos em nossos alunos, pois mais cedo ou mais tarde eles serão incorporados aos sistemas nacionais de avaliação e seleção, como já acontece em alguns centros de excelência superior, aqui no Brasil e lá fora.

A transversalidade, o currículo flexível, a mudança da arquitetura das salas de aulas, a valorização de habilidades que farão a diferença na vida futura dos alunos, os trabalhos por projetos, a combinação do ensino presencial e à distância estão sendo implantadas em países de ponta: Estados Unidos, Canadá, Finlândia, entre outros.

Publicidade

Vejamos o caso de Cingapura, primeira colocada no exame PISA/2015, da OCDE. Em 2009, esse  país asiático iniciou um processo semelhante ao que o Bandeirantes vem realizando, remodelando seu sistema, desenvolvendo um modelo de formação de professores para o século vinte e um  e colocando o estudante como centro da educação; com o aprendizado deixando de ser passivo e passando a ser ativo. Essa foi a chave do seu sucesso, ao lado de usar, em larga escala, as ferramentas do século vinte e um: colaboração, empreendedorismo, pensamento crítico, comunicação.

Conforta saber que também em 2009 os diretores e coordenadores do Band iniciaram uma discussão organizada sobre as tendências da educação deste século e de forma planejada se estruturou para as mudanças que vêm sendo implementadas.

Cedo ou tarde, o Brasil terá de acompanhar todo este movimento. O preocupante hoje é que as escolas privadas de boa qualidade já estão acertando o passo, enquanto na rede pública muitas vezes o corporativismo e a ideologia operam para aprofundar o fosso da desigualdade social, condenando boa parte da juventude brasileira ao atraso.

Na educação colhe-se o que se planta.Coréia e Hong Kong e Cingapura priorizaram o ensino básico, fizeram sua revolução educacional ainda no século passado. Hoje ocupam os primeiros lugares não só nos exames internacionais, mas na competitividade mundial. Em pouco tempo o Vietnam, um pais em guerra por décadas, ingressou no seleto clube dos dez mais da educação mundial também por priorizar o ensino básico.Enquanto isso, o Brasil come poeira lá atrás.

Mas o Band, não. Mais uma vez sai à frente, como é da sua tradição.

Publicidade

 

Hubert Alquéres é diretor no Bandeirantes, membro do Conselho Estadual de Educação de São Paulo e vice-presidente da Câmara Brasileira do Livro.

Mauro de Salles Aguiar é diretor presidente do Bandeirantes e membro do CEAL, do Conselho da Associação Alumni e da Comissão Externa de Avaliação do Insper.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.