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"Flanar" pela cidade é convite à educação de qualidade

É quase ironia pensar que a federação "Brasil", enquanto vida cotidiana, é quase uma abstração.  O cidadão vive mesmo é na cidade, se relaciona com ela o dia todo; engasga com seu amargor, e se esbalda com seus prazeres. A escola é parte desse universo. Assim, não faz sentido produzir uma educação direcionada somente para o lócus "escola" - ela deve ser direcionada para a vida; e vida e cidade são quase um só elemento.

Por Colégio Bandeirantes
Atualização:

aplicativo Serendipity Foto: Estadão

Mas como a dureza da cidade pode fazer parte da educação?  Essa inquietação moveu jornalistas e educadores do Bandeirantes a buscar na Universidade de Harvard e no MIT (Massachusetts Institute of Technology) as experiências que o jornalista Gilberto Dimenstein realizava em seu estudo "Open City" em 2011. (esse termo pode ser traduzido como "cidade participativa" ou "democrática").

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A resposta da pergunta que abre o parágrafo anterior começou a ser respondida naquele mesmo ano, com a criação do Programa Open City. No Open City, alunos vivenciam um ano com pessoas que, com inteligência e empreendedorismo, transformam São Paulo e a deixam mais "participativa" e "criativa", e ao final, desenvolvem uma plataforma online experimental relacionada à construção de uma cidade participativa, inovadora, democrática e criativa. Os alunos se tornam inovadores urbanos.

Em uma época em que o prefeito de Londres vai trabalhar de bicicleta, empresas fundadas por universitários valem milhões de dólares e mobilizações em rede paralisam governos, fica evidente que o estudante também deve ser parte ativa das transformações.

Exercer a cidadania hoje passa por tornar-se um flanador urbano e vivenciar a cidade. O escritor Edmund White deu vida  a um personagem "flanador" - em "The Flâneur: A Stroll Through the Paradoxes of Paris" (2000). Em sua obra, não só um novo verbo foi re-significado, mas uma nova maneira do homem se relacionar com sua cidade (no caso, Paris) foi inventado: flanar é caminhar, esbarrar, reconhecer e aprofundar-se na experiência urbana. É isso que o Open City pretende estimular nos alunos do Colégio Bandeirantes.

Conheça os projetos criados pelos estudantes do Open City:

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2011: A turma inicial criou a plataforma colaborativa "Sinapse", que reúne esquemas de estudos para diversas disciplinas feitos por estudantes e que podem  ser baixados e avaliados por outros em qualquer lugar do mundo.

2012: O grupo decidiu licenciar e produzir sua própria versão do modelo de debates TED. Assim nasceu o TEDxColégio Bandeirantes, que teve como tema "Educação e Inovação", e foi transmitido pelo portal do jornal O Estado de S.Paulo.

2013: Para acalorar a vinda dos novos estudantes do Bandeirantes, o Open City desenvolveu um aplicativo ("Aluno Novo") que contém todas as informações sobre o Colégio e a redondeza. Também desenvolveu um programa de mentoria de alunos novos pelos "veteranos". ("Bandies").

2014: Um aplicativo crowdsorced reúne passeios inusitados pela cidade de São Paulo. ('Serendipity").

* Alexandre Le Voci Sayad é jornalista e educador. Professor do Colégio Bandeirantes, membro da aliança para alfabetização para a mídia da UNESCO internacional e fundador do MEL (Media Education Lab).

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