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Reflexão, formação e transformação da prática docente

*Por Giulianny Russo e Aline Leão

Por Colégio Anglo 21
Atualização:
 Foto: Estadão

"Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo, educo e me educo. Pesquiso para conhecer e o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade." (Freire, 1999, p.32)

A reflexão sobre a prática é uma estratégia considerada bastante potente na formação de professores. Pensar sobre aquilo que foi planejado, na forma como foi desenvolvido e nas respostas que os alunos dão, possibilita que o professor desnaturalize e desautomatize algumas proposições didáticas; que perceba e se aproprie dos objetivos em jogo; que antecipe as possíveis respostas dos alunos; e que regule suas ações: ao ter clareza de seus propósitos, frente às respostas dos alunos, planeja e propõe intervenções cada vez mais ajustadas às demandas individuais e do seu grupo.

 Foto: Estadão

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Contudo, essa reflexão precisa ser permeada pelos referenciais teóricos, que a fomentam e a fundamentam, pois é a partir de uma dada concepção sobre o processo de aprendizagem, sobre criança e sobre as didáticas específicas de cada área, que o professor discute, avalia, reorganiza e ressignifica sua prática.

Convictas desses princípios e implicadas tanto na qualidade das aulas desenvolvidas quanto nos próprios processos de formação profissional, nos dedicamos em 2016, ano em que fomos parceiras de trabalho, atuando juntas na mesma sala de 1º Ano do Ensino Fundamental 1, a refletir e a registrar as diferentes práticas que desenvolvíamos com o grupo.

Iniciamos com a escolha de uma das sequências que estava em curso, no caso, o trabalho com coleções, na área de Matemática, e levantamos todas as questões que ela poderia suscitar: por que colecionar ajuda aprender sobre contagem (foco dessa sequência)? Quais aprendizagens a coleção favorece?  Por que trabalhar com contagem? O que as crianças podem/ precisam aprender sobre contagem? Quais intervenções são necessárias para que a criança aprenda nesse contexto?

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Para responder a essas perguntas buscamos diferentes referenciais teóricos, bem como levantamos as propostas que foram desenvolvidas com o grupo, analisando, a partir dos referenciais, o que elas traziam de contribuição. Com isso, foram ficando evidentes outros conteúdos implicados na sequência, tais como: a concepção dos sujeitos de aprendizagem; que o foco era a ampliação do repertório de estratégias de contagem e não a validação de uma estratégia sobre a outra; a importância do planejamento, do encaminhamento das propostas e das intervenções docentes.

 Foto: Estadão

Entendemos que prática reflexiva, que atrela a experiência didática à pesquisa teórica, tanto fortaleceu a formação docente quanto transformou as ações na sala de aula. Em estreita consonância com o que aponta Freire, na citação inicial desse artigo, fica claro como o papel reflexivo do professor está indiscutivelmente associado ao exercício da autonomia: o professor que reflete, ao fazê-lo questiona a sua própria prática e, com isso, adquire condições de tomar decisões mais assertivas acerca do seu trabalho, por conhecer com maior clareza os fundamentos que o estrutura.

Convidamos vocês a conferir o resultado dessa reflexão, que foi publicado em uma edição especial de Matemática, da conceituada revista Pátio, no mês de novembro de 2016.

*Giulianny Russo e Aline Leão são professores do Ensino Fundamental I do Colégio Anglo 21.

 

Referências Bibliográficas:

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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 12. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

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