A atividade baseou-se no livro O Menino do Pijama Listrado, que fala sobre a família de um oficial nazista durante a Guerra. "Para encontrar argumentos e defender o ponto de vista de seu personagem, os alunos foram em busca de diferentes fontes de informação", explica o professor.
Divididos em advogados, pesquisadores e testemunhas, os grupos iniciaram o debate falando sobre a pressão sofrida pelas famílias alemãs que perdiam seus homens para a guerra, os casos de mulheres e crianças violentadas, as pesquisas científicas que impactaram a medicina, entre outras consequências da Segunda Guerra.
Maria Eduarda Bittencourt, 14 anos, do 9º ano G, ficou no grupo que precisava defender os oficiais. "Nosso maior argumento foi que eles eram forçados pelo governo, pois o sistema ameaçava suas famílias caso estivessem contra Hitler." A aluna acredita que, além do conhecimento histórico, a turma adquiriu novas habilidades de apresentação e debate. "Descobri como é difícil defender nosso ponto de vista quando o outro contra-ataca."
Leonardo Souza dos Santos, 14, do 9º ano G, foi um dos advogados contra os oficiais. "Focamos no massacre dos judeus, em quantas famílias morreram, e nas experiências médicas que faziam com eles", conta o aluno, que entrou na brincadeira sem deixar de lado a seriedade do assunto. "O mais triste é saber que a guerra aconteceu de verdade."
Após uma atividade saudável e com muito aprendizado, o tribunal fictício formado por três alunos neutros escolheu, com a ajuda do professor, um grupo vencedor. Desta vez, quem estava a favor da condenação dos oficiais ganhou. A escolha baseou-se na argumentação, pesquisa e preparação de cada integrante. "Foi interessante ver como até os alunos mais introvertidos apresentaram uma boa desenvoltura. Todos conseguiram me surpreender positivamente", afirma o professor.