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Rio de Janeiro sedia conferência sobre educação internacional

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Por Andrea Tissenbaum
Atualização:

FAUBAI 2018 | Renée Zicman, Angélica Daas e José Celso Freire Junior | Foto: Tissen

Representantes de 28 países participam da 30ª FAUBAI, maior evento sobre internacionalização da educação superior da América Latina.

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Uma noite repleta de fortes emoções e simbolismo abriu oficialmente a 30ª conferência da Associação Brasileira de Educação Internacional - FAUBAI, neste último domingo, no Rio de Janeiro. Este é o maior evento sobre internacionalização da educação superior da América Latina.

No auditório do teatro da UERJ, aproximadamente 800 participantes estavam presentes. Dentre eles,reitores, diplomatas, gestores, assessores, docentes e pesquisadores de mais de 28 países, que vieram tratar da relação entre internacionalização e pesquisa, os desafios e estratégias para implementar políticas abrangentes de internacionalização e a atratividade da pesquisa brasileira e do Brasil como destino para estudantes internacionais.

"A FAUBAI está completando 30 anos e tem como missão maior, desde a sua fundação, a internacionalização do sistema de educação superior brasileiro, hoje um requerimento obrigatório", explica a professora Renée Zicman, diretora executiva da associação.

"As instituições de ensino superior devem se preocupar com suas estratégias de internacionalização. Isso deve ser parte integrante de sua missão, entrar em seu DNA. São elas que produzem e difundem conhecimento, formando pessoas, e esse passo é obrigatório. Estar conectado com o mundo é fundamental, é o que garante excelência e qualidade. O conhecimento é mais que nunca produzido globalmente, não pode ficar restrito a um só lugar ou a um só idioma. A internacionalização deve ter uma presença transversal nas instituições de ensino superior, permeando todas as suas áreas e atividades e sendo oferecida a todos os alunos. Ela representa uma abertura para o crescimento, um caminho para valorizar a diversidade e a interculturalidade", complementa Renée.

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Sim, as universidades têm que estar atentas ao tipo de profissional e cidadão que estão formando no mundo atual. O crescimento da conferência e a presença de representantes de tantos países, testemunham a qualidade do trabalho que tem sido desenvolvido pela associação FAUBAI.

"A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem: a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão, a coragem a mudá-las", disse o Prof. José Celso Freire Junior, Assessor Chefe de Relações Externas da UNESP e presidente da FAUBAI, na sessão de abertura do evento. A citação à Santo Agostinho só reforçou o poder da educação superior como instrumento para superar os atuais desafios globais.

O público foi surpreendido pela beleza da rica aquarela musical brasileira interpretada pelo Coral Altivoz da UERJ, exemplo do exercício da convivência universitária, em um grupo musical que reúne estudantes, professores e funcionários. "Em tempos difíceis cantamos mais", disse, emocionado, o regente Mario Assef.

Vida longa à UERJ!

Mas foi Angélica Daas, fotógrafa brasileira radicada em Madri, que fez o segundo grau técnico em mecânica no CEFET/RJ e se formou em Belas Artes pela UFRJ, que explicitou o que todos vieram partilhar na FAUBAI 2018. Fruto da educação pública brasileira de qualidade, como ela mesma afirma, Angélica é criadora do premiado projeto Humanae, que fotografa pessoas em diversas partes do mundo e cataloga os diferentes tons de pele, retratando a beleza do colorido humano. "Nós somos mais do que o preto e o branco, a pele humana tem uma beleza em todas as cores", afirmou Angélica ao apresentar seu trabalho. "Humanae, é uma tentativa de ressaltar nossa verdadeira cor, ao invés das não-verdadeiras, como branco, preto, amarelo e vermelho - associadas à raça".

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Mais de 3 mil pessoas de 13 países diferentes já participaram do projeto Humanae. O inventário criado pela fotógrafa derruba paradigmas e preconceitos.

Trazer Angélica Daas para a FAUBAI foi uma escolha acertada. "Através de sua linguagem, Angélica também encontrou a necessidade de aproximar seu trabalho com a educação, para disseminar novas maneiras das pessoas enxergarem a grandeza da diversidade do mundo", explica Renée.

"Todos os participantes da FAUBAI 2018 estão no mesmo diapasão. Acreditamos na internacionalização da educação superior e sabemos que ela é um instrumento de transformação", conclui.

Vida longa à FAUBAI!

A 30ª conferência da FAUBAI segue até quarta-feira, 18/04, com plenárias, sessões paralelas e muito networking entre os presentes. Internacionalização e Pesquisa: Desafios e Estratégias será a pauta das apresentações e discussões.

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Andrea Tissenbaum, a Tissen, escreve sobre estudar fora e a experiência internacional. Também oferece assessoria em educação e carreiras internacionais.Entre em contato: tissen@uol.com.br

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